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我們準備好了嗎?一位僑居巴西的台灣客家人心聲

 

•鍾建仁•

我們準備好了嗎?

一位僑居巴西的台灣客家人心聲

 

當我回望來自台灣的根,心中不禁湧起無比的驕傲與感慨。

過去幾十年,如今更走在人工智慧(AI)浪潮的尖端,帶動全球產業升級,令人讚嘆不已。台灣憑藉堅毅與智慧,在全球半導體產業中脫穎而出,成為世界不可或缺的科技核心。全世界的目光聚焦在台灣,全球科技AI龍頭產業聞名的皆是美籍出生台灣的華裔,引領著全球經濟掙著大半天高產值驚人的成長表現,我心中的確充滿了驕傲與敬佩。

然而,身為一位僑居巴西多年的台灣客家人,我深感這波從家鄉湧出的創新力量,似乎還未能真正觸及我們所處的這片土地——巴西,內心卻浮現一絲遺憾與憂心。

巴西幅員遼闊、資源豐富,長期以來以農業與重工業為發展主軸。這些產業雖支撐了國家的經濟骨幹,卻也在科技迅速演進的今天,顯得較為緩慢與沉重。而我們這群台灣人的下一代,多數仍未能接軌最新的科技趨勢,難以將台灣的創新精神延伸至當地,推動巴西本地的技術進步,這不禁讓人感到遺憾。

我常想,這是否是一種錯失的機會?

AI來臨的時代,全球正進入新的賽局,這不僅是一場技術競賽,更是一場思維與態度的轉變。AI不會等待任何人,也不會因為地理或語言的差異而減速。如果我們沒有準備好學習、轉型與迎接挑戰,我們將不僅錯過改變的契機,更可能被這場浪潮邊緣化。

我相信,我們客家人素有勤奮與刻苦的精神,歷史上多少前輩披荊斬棘、遠渡重洋,才在異鄉建立起我們今天的根基。現在,面對另一波轉型的浪潮,我們是否也該重新思考,如何裝備我們的下一代,讓他們能承接台灣的科技火炬,並將這光芒引入巴西的未來?

也許我們可以從推廣科技教育、鼓勵青年學習程式語言、AI應用開始,甚至與家鄉建立更多交流的橋樑,尋求合作與資源。我們不需要每個人都成為工程師,但我們可以培養出一群懂得未來趨勢、具備數位素養的新世代。

AI的來臨,是壓力,也是機會。

只要我們願意踏出一步,就可能為巴西的客家人創造全新的局面,也讓我們的文化與智慧,在新時代繼續閃耀,猶如本會正傷腦籌備發展《客家親》電子版的同時,也正積極參與學習將科技發展以不同的形式繼續呈現給客家閱讀者,避免文化傳承的斷層。

與其感慨,不如行動。

與其觀望,不如參與。

這,是我們這一代人的責任,也是對下一代最深的期許。

(一位心繫故鄉與異鄉的台灣客家人 鍾建仁)



Estamos Prontos?

— O Sentimento de um Hakka Taiwanês que Vive no Brasil

•Wagner Chung•

 Ao olhar para as minhas raízes vindas de Taiwan, sinto um profundo orgulho e emoção.

Nas últimas décadas, Taiwan tem se destacado de forma impressionante na vanguarda da revolução da inteligência artificial (IA), impulsionando a transformação de indústrias ao redor do mundo. Graças à sua resiliência e sabedoria, Taiwan emergiu como um núcleo essencial na indústria global de semicondutores. O mundo inteiro volta os olhos para Taiwan, e muitos dos líderes mundiais no setor de IA e tecnologia são descendentes taiwaneses nascidos no exterior, especialmente nos Estados Unidos, conduzindo a economia global com crescimento expressivo e de alto valor agregado.

Esse cenário me enche de orgulho e admiração.

Entretanto, como um hakka taiwanês que vive há muitos anos no Brasil, sinto profundamente que essa onda de inovação vinda da nossa terra natal ainda não chegou, de fato, a este país onde vivemos — o Brasil. E, com isso, surge em mim um sentimento de frustração e preocupação.

O Brasil é um país de dimensões continentais, rico em recursos naturais, historicamente baseado em setores como agricultura e indústria pesada. Esses setores, apesar de formarem a espinha dorsal da economia nacional, têm avançado de forma relativamente lenta diante da rápida evolução tecnológica dos dias de hoje. E muitos de nossos jovens descendentes de taiwaneses no Brasil ainda não conseguiram se conectar com as novas tendências tecnológicas. Não têm conseguido trazer o espírito inovador de Taiwan para promover o avanço tecnológico local — e isso é, de fato, uma grande perda.

Frequentemente me pergunto: será que estamos perdendo uma grande oportunidade?

Na era da IA, o mundo entra em um novo jogo. Não se trata apenas de uma corrida tecnológica, mas de uma transformação de mentalidade e atitude. A IA não espera por ninguém — tampouco desacelera por razões geográficas ou linguísticas. Se não estivermos prontos para aprender, nos reinventar e aceitar os desafios, não apenas perderemos a chance de participar dessa mudança, mas também corremos o risco de sermos deixados à margem dessa revolução.

Acredito firmemente que nós, hakka, carregamos um espírito de trabalho árduo e perseverança. Nossos antepassados enfrentaram inúmeros desafios e cruzaram oceanos para fincar raízes em terras estrangeiras — e assim construíram a base do que somos hoje. Agora, diante dessa nova onda de transformação, não deveríamos também repensar como preparar nossa próxima geração, para que eles possam herdar a tocha tecnológica de Taiwan e levar essa luz ao futuro do Brasil?

Talvez possamos começar promovendo a educação tecnológica, incentivando os jovens a aprenderem linguagens de programação e aplicações de IA. Podemos ainda estabelecer mais pontes de cooperação com Taiwan, buscando parcerias e recursos. Não é necessário que todos se tornem engenheiros, mas podemos formar uma nova geração com consciência digital e entendimento das tendências do futuro.

A chegada da IA é, ao mesmo tempo, pressão e oportunidade.

Se dermos o primeiro passo, podemos criar um novo cenário para os hakka no Brasil. Nossa cultura e sabedoria continuarão a brilhar nesta nova era.

Assim como nossa associação tem se empenhado em desenvolver uma versão digital do Hakka Edição,também estamos aprendendo ativamente a aplicar a tecnologia para apresentar o conteúdo hakka em novos formatos, evitando a ruptura da transmissão cultural.

Em vez de lamentar, vamos agir.

Em vez de observar, vamos participar.

Este é o dever da nossa geração,e o maior desejo que podemos deixar para a próxima.

( Um Hakka Taiwanês que carrega no coração tanto sua terra natal quanto sua terra de acolhimento.)